Comício da CDU em Coimbra - Intervenção de Mário Nogueira, Mandatário Distrital da CDU
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“Eles andam aí!”ou Os seis cantos da coisa
CANTO PRIMEIRO, COM JURA A PÉS JUNTOS
Eles andam aí!
Eles, são os que prometem hoje o que antes não quiseram fazer.
Não fizeram, mas dizem que «agora é que vai ser».
Dizem-no com o mesmo ar grave com que disseram antes.
Chegam a garantir, quase a jurar, como juraram antes.
Depois, arranjam desculpas para não cumprirem o que prometeram:
Se não é a pandemia é a guerra; se não é a guerra é o défice; se não é o défice é a dívida… ou a crise internacional.
O problema não será a sua política?
Eles andam aí, mas nós também cá estamos!
Com a CDU não há promessas, há compromissos: com os trabalhadores, com os jovens, com os mais velhos, com todo o Povo!
CANTO SEGUNDO PARA COMPLETAR O PRIMEIRO
Eles andam aí!
Andam por aí a pôr ovos em ninhos alheios.
Autopromovem-se com o que não queriam fazer, mas não puderam evitar.
Creches gratuitas; manuais escolares gratuitos; aumento de pensões e reformas; passes sociais… e muito mais.
O que eles não fizeram para resistir ao que se lhes propunha, mas não conseguiram; já da sua absoluta maioria têm dificuldade em destacar medidas positivas.
Hoje, dizem-se pais faz medidas que não queriam, mas não falam verdade; nem aceitavam adotá-las, quanto mais perfilhá-las.
Eles andam aí, mas nós também cá estamos.
Com mais votos e mais deputados eleitos pela CDU serão mais as medidas favoráveis aos portugueses, às portuguesas e a todos e todas que Portugal acolhe.
CANTO TERCEIRO EM “PAF” MENOR
Eles andam aí!
Vêm de fininho como se nunca por cá tivessem andado.
Como se o cavaquismo fosse coisa de outra dimensão; ou o barrosismo; ou o coelhismo.
Como se nada tivessem a ver com o ENOOOORME aumento de impostos… ou o ataque aos serviços públicos, cujo golpe final foi preparado para ser desferido através da abortada “reforma do Estado” que caiu com um estrondoso “PAF”!
Uma PAF de que só sobrou o A que juntaram ao desgastado e bafiento D.
Não padeciam com as políticas que a troika impunha.
Diziam «com troika ou sem ela estas seriam as suas políticas…».
Foram além da troika.
Eles andam aí, mas nós também cá estamos.
Com uma CDU mais forte, as funções sociais do Estado são para respeitar, os serviços públicos para reforçar, os salários e as pensões para aumentar.
CANTO QUARTO À ESCOLHA DO FREGUÊS
Eles andam aí!
Dão-se por liberais.
Para o provar defendem:
«Cada um deve escolher o que prefere na Saúde, na Educação, na Segurança Social: temos privado azul, privado roxo e, ainda, privado amarelo».
O público é pintado de negro.
Deixam-no reservado para aqueles, cada vez mais, que forem absorvidos pelas manchas de pobreza e exclusão.
Que alastram!
Ler, escrever, contar e algumas habilidades serão suficientes para colaboradores com diploma de exploração.
Saúde q.b. para a maioria e proporcional ao valor do prémio do seguro para quem o puder ter.
Produtos financeiros que irão garantir uma velhice confortááável (Yes!) que irão encher os cofres do capital.
A maioria não deixará de sobreviver, acham, apesar das reformas de miséria.
Nos países liberais os trabalhadores ganham mais? Talvez, mas podem menos porque o que ganham não paga o que lhes pedem os privados.
Eles andam aí, mas nós também cá estamos.
A CDU respeita o setor privado, mas opõe-se à privatização do que é público, porque o público é de todos e o privado é só de alguns. Se o que é público deixasse de ser, as desigualdades seriam ainda maiores neste já tão desigual Portugal.
CANTO QUINTO, O INOMINÁVEL CANTO
Eles andam aí!
Eles são os inomináveis da extrema-direita.
Que é populista, farsante, impostora.
Levam a mentira colada no céu da boca.
Não disfarçam o ódio que espuma dos cantos no seu discurso.
Não toleram a diferença. Eles são a norma, o que é natural! E “prontos”!
O que é diferente é erro da Natureza.
Diversidade, seja de que natureza for, é ideologia.
Os inomináveis gostariam de voltar a ver marchar, sem passo trocado, a garbosa mocidade portuguesa.
Os inomináveis deliciam-se com a motosserra do Milei; o pensamento (se é que existe) do Bolsonaro; a teoria da conspiração do Trump; a chamada “escola neutra” dos neonazis alemães.
50 anos depois, os inomináveis ainda não desistiram de ajustar contas com Abril.
Não perdoam as suas conquistas!
Os inomináveis dizem-se dedicados à limpeza, mas não há lixívia, por mais pura que seja, que os consiga limpar a eles.
Eles andam aí, mas nós também cá estamos.
A CDU não quer ajustar contas com ninguém. Quer aprofundar Abril.
Defender os direitos e salários de quem trabalha;
Criar melhores condições de vida para os jovens e também os mais velhos;
Valorizar as profissões e as carreiras; os serviços públicos;
Distribuir a riqueza produzida de forma justa;
Proteger o ambiente, lembrando que o capital não é verde;
Melhorar a qualidade da nossa Democracia.
CANTO ÚLTIMO – “LAST BUT NOT LEAST”
Nós estamos aqui!
Para a CDU, as pessoas e a luta por uma vida melhor serão sempre prioridades.
Os partidos que integram esta coligação, como todos os independentes que nela se reveem, já deram provas disso mesmo.
Sempre lutaram pelos direitos de quem trabalha ou trabalhou, pela dignidade do ser humano, pela Liberdade e pela Democracia.
Lutaram sem limites da própria vida.
Aconteceu antes de se abrirem as portas de Abril, mas também depois, naquele 1.º de Maio de 1982, no Porto, em que foram assassinados dois camaradas nossos.
Estamos prontos para continuar.
Continuaremos honrando o nosso papel e os nossos compromissos, o que faremos tanto melhor quanto maior for a força que tivermos.
Comício da CDU em Coimbra - Intervenção de Teresa Costa, membro do PEV e candidata da CDU por Coimbra
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Boa noite,
Saúdo todos os presentes em nome do Partido Ecologista Os Verdes. Saudação aos nossos amigos do PCP e aos independentes que contribuem para fortalecer a CDU.
Companheiros e amigos
Já faltam poucos dias para o 10 de março, o dia em que temos nas nossas mãos o futuro das nossas vidas, o futuro do nosso país. Temos nas nossas mãos a possibilidade de mudar de política. Mudar de política é essencial para que possamos conquistar direitos e condições de vida dignas para todos.
Com a CDU reforçada na Assembleia da República será possível uma vida melhor e um futuro mais sustentável.
Os muitos dias de campanha, com centenas e centenas de ações desenvolvidas em Coimbra e no país, são marcados pela alegria, pela energia, pela confiança, pelo contacto e pela conversa, confirmando que a solução para melhorar a vida e o ambiente é o voto na CDU.
No final do dia, quando recolhemos a casa depois de um contacto, de uma conversa, depois de uma ação de campanha, que nos enche o coração com o reconhecimento do nosso trabalho, com o reconhecimento do projeto ecologista, com o reforço da confiança, com a esperança renovada, ligamos a televisão e somos confrontados com as percentagens das apregoadas sondagens, com a manipulação da nossa campanha e omissão do PEV. Como é natural, não ficamos imunes e alguns poderão sentir algum desalento e até alguma revolta.
Mas, daqui lembramos a todos e a cada um que as sondagens não votam e aqueles que fabricam e martelam até que os resultados saiam enviesados como o que eles querem, também só têm direito a um voto. Um voto apenas. Cada conversa, cada contacto, cada vez que alguém nos diz, vocês até têm razão, Os Verdes fazem falta no Parlamento, ou vou pensar nisso, então já estamos a dar um pontapé nesse desânimo para onde nos querem empurrar.
Mas, daqui também lembramos que estas sondagens são diariamente desmentidas pelas múltiplas ações levadas a cabo, por exemplo como aquela que se verificou, ontem nas ruas em Lisboa, ou o empenho de mais de 130 ativistas ecologistas que se juntaram para apoiar o regresso do Partido Ecologista Os Verdes à Assembleia da república.
Companheiros e amigos,
Sabemos que há ainda muita gente com dúvidas, descrentes nas soluções, revoltadas com as dificuldades que se intensificam a cada dia que passa e são essas pessoas que precisamos de ouvir de lhes relembrar que a situação que vivemos não é fruto do acaso, nem é inevitável, e de lhes apresentar as nossas propostas.
Domingo, dia em que somos chamados a eleger 230 deputados, é a oportunidade de conseguirmos que o Partido Ecologista Os Verdes regresse ao Parlamento.
O partido que tanta falta faz no parlamento para assegurar a voz ecologista, para defender a justiça ambiental como comprometimento, para transpor os problemas das populações, para garantir a justiça ambiental em Coimbra e para o país.
Nos dois anos, sem o PEV no Parlamento, praticamente se deixou de falar de recursos hídricos, de conservação na natureza ou dos megaprojetos pintados de Verde, falamos por exemplo dos extensos campos onde nascem milhares de painéis fotovoltaicos como aqui em Brasfemes ou em Soure que dizimam milhares e milhares hectares de floresta ou solos com potencial agrícola.
Com o regresso de Os Verdes ao Parlamento será possível dar resposta e continuidade às lutas que não largamos. Apesar de serem longas continuamos a lutar pela rede ferroviária nacional eficiente, pelo ramal da Lousã, pelo investimento na proteção e conservação da natureza, pela mitigação às alterações climáticas, continuamos a lutar pela igualdade, a igualdade de género com salários iguais para trabalho igual, igualdade na vida num claro combate a todas as formas de violência, de xenofobia, de racismo, homofobia ou de exploração.
Queremos voltar a alertar na Assembleia da República para as consequências das alterações climáticas que são uma realidade e a propor medidas que permitam a concretização das políticas mais importantes para a sua mitigação.
Precisamos de exigir um claro investimento no desenvolvimento do transporte público coletivo em todo o país, sem que tenhamos um país a duas velocidades, em que há regiões como o distrito de Coimbra que não têm oferta de transporte ou é muito residual, em particular fora do período escolar, para que se criem as condições de acesso a todos os direitos.
Queremos reforçar e fazer ouvir a exigência do direito à mobilidade com mais transportes, mais horários e mais segurança a preços acessíveis, garantindo assim o acesso a outros direitos à educação, à saúde, ao trabalho, à justiça, ao desporto, à cultura ao lazer.
Contem com Os Verdes para continuarmos a defender os espaços verdes, a floresta autóctone com o tão necessário reforço das equipas do ICNF, para continuarmos a valorizar as áreas protegidas, como é o caso do Paúl da Arzila, com o reforço da contratação de mais vigilantes da natureza.
Contem com Os Verdes para exigirem que a transição energética seja feita de forma justa e equilibrada, em que as populações são envolvidas, as economias locais são respeitadas e protegidas, em que o património natural e paisagístico possa ser preservado.
Sabemos bem que as dificuldades do dia a dia, as injustiças sociais a preocupação com o dia de amanhã, o tanto mês para tão pouco salário, por vezes nos desviam das preocupações e das questões ambientais, no entanto também não ignoramos que o governo de maioria PS, caiu por causa de projetos pouco transparentes que terão graves impactos na destruição de recursos naturais e na preservação das tradições agrícolas e culturais.
Temos que continuar a lutar para que os grandes poderes económicos não se sobreponham às necessidades das populações e às pequenas e médias empresas que contribuem para preservar e promover o desenvolvimento das regiões.
Por tudo isso afirmamos que com mais força à CDU é possível termos uma vida melhor com mais dignidade, com mais igualdade, mais justiça social e justiça ambiental.
A CDU é a força com os pés no chão e os olhos no futuro.
Dia 10 de março, o voto verde, é o voto na CDU.
Viva a CDU
Comício da CDU em Coimbra - Intervenção de João Rodrigues, candidato da CDU por Coimbra
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Boa noite,
É uma honra estar aqui com Mário Nogueira, mandatário distrital da CDU, e, através dele, com todas as professoras e professores que construíram, constroem e construirão a escola pública democrática, com todos os servidores públicos que protegem o SNS ou a Segurança Social. Sem um movimento sindical forte, não há Estado social forte.
É um privilégio estar aqui com Teresa Costa do PEV e sabemos como o PEV faz falta na AR. Esteve sempre na vanguarda da questão das alterações climáticas, com diagnóstico e proposta, aliando questão ecológica à social, antecipando o slogan: fim do mundo, fim do mês, a mesma luta.
É uma enorme satisfação estar aqui com Fernando Teixeira, o melhor advogado que podemos ter dos interesses do povo deste distrito na Assembleia da República.
Finalmente, é com uma imensa alegria que partilho o palco com Luísa Baptista da JCP – a juventude não se resume aos betos endinheirados da IL – e com Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, “porto seguro”, como gosta de dizer, ao longo de 103 anos de combate a todas as direitas, de luta por uma democracia que se quer avançada e a avançar.
Paulo Raimundo tem usado outra metáfora ao longo desta campanha em crescimento – “choque salarial”. É uma metáfora tão justa e tão poderosa que o PS se sentiu obrigado a usá-la.
Porquê um choque salarial, porquê uma defesa de um aumento de dois dígitos dos salários? A realidade bruta explica as nossas razões. Entre 1999 e a atualidade, os salários reais cresceram 11,9%, mas a produtividade do trabalho cresceu 23,9%. Esta diferença representou automaticamente uma transferência de rendimentos do trabalho para o capital. As trabalhadoras e os trabalhadores estão apenas, através da CDU, a exigir o que lhes pertence.
Um choque salarial ajuda a quebrar o círculo vicioso da economia portuguesa: baixa pressão salarial, mercado interno comprimido e falta de incentivo para o investimento empresarial produtivo. Os empresários podem mentir, mas não mentem no inquérito do INE: não é por causa dois impostos que não investem, mas por causa das “expetativas de vendas”. Os salários são uma fonte de procura.
Tudo começa e acaba nas relações sociais mais importantes, nas laborais, ali onde se cria tudo o que tem valor. A transferência de rendimentos do trabalho para o capital resultou de décadas de reduções dos direitos laborais e de correlativo aumento dos direitos patronais. Temos de fazer justiça a quem trabalha, aumentando o seu poder, reduzindo a discricionariedade patronal.
E tudo isto, porque a CDU parte de uma hipótese tão generosa quanto realista: as trabalhadoras e os trabalhadores deste país fazem o melhor de que são capazes nas circunstâncias que são as suas. A nossa tarefa indeclinável é a de contribuir para humanizar as suas circunstâncias e desenvolver as capacidades populares.
Viva a CDU, viva o povo trabalhador, viva Portugal.