A DORC do PCP, reunida a 16 de Outubro, analisou os resultados das Eleições Autárquicas de 2025:
A DORC do PCP saúda a intervenção das centenas de candidatos e activistas da CDU, militantes do PCP, do PEV e um grande número de independentes, que permitiram que a CDU concorresse a todos os concelhos do distrito e que desenvolvesse uma campanha de contacto directo com as populações, ligando a campanha à resolução dos problemas concretos das freguesias e dos concelhos do distrito de Coimbra.
A CDU obtém, no distrito de Coimbra, 9376 votos para as Assembleias Municipais, 4,17% do total distrital, o que corresponde a uma perda de votos, de eleitos directos e de presidências de junta de freguesia. Os resultados da CDU no distrito não foram homogéneos, em dois concelhos a CDU reforça votação para as câmaras municipais - Figueira da Foz e Miranda do Corvo – a CDU reforça a maioria na freguesia de Meruge e conquista a maioria na freguesia de Vila Franca da Beira no Concelho de Oliveira do Hospital. No entanto os resultados ficaram aquém dos objectivos eleitorais traçados na globalidade, nomeadamente com a perda do vereador em Coimbra, a perda da maioria em duas juntas de freguesia no concelho de Coimbra (Cernache e Taveiro, Ameal e Arzila) e a perda de eleitos directos em vários concelhos.
A CDU elegeu 39 eleitos directos em órgãos autárquicos de oito concelhos do distrito, terá representação nos órgãos municipais de quatro concelhos, com seis eleitos em Assembleias Municipais, e uma vereadora em Miranda do Corvo. Os resultados, apesar das perdas, confirmam a CDU como importante força no Poder Local no país e no distrito de Coimbra.
Estes resultados são obtidos num quadro com vários factores particularmente exigentes. A persistente campanha anticomunista baseada na deturpação dos posicionamentos do PCP. O constante silenciamento, subalternização e a desvalorização da CDU, contrastam com a disseminação e promoção de concepções e forças reaccionárias que marcaram esta campanha, mas também as três eleições legislativas que se realizaram desde as últimas eleições autárquicas. A promoção da bipolarização, o esbatimento da natureza local das eleições também dificultaram o crescimento eleitoral necessário para a CDU manter as suas posições.
Acrescenta-se aos factores que já foram apontados, a alteração dos quadros de forças políticas concorrentes nestas eleições em praticamente todos os concelhos do distrito. Desde logo com cinco concelhos com listas de cidadãos eleitores, no essencial resultantes de querelas internas de partidos. Mais forças políticas a concorrer na generalidade dos concelhos, desde logo com forças reaccionárias que beneficiaram de evidente promoção.
A DORC do PCP valorizava toda a resposta dada pelos militantes do PCP e activistas da CDU no desenvolvimento da acção reivindicativa e das acções de luta contra o pacote laboral, verdadeira declaração de guerra aos trabalhadores, na mobilização e organização de acções pela paz e de solidariedade internacionalista e na construção da Festa do Avante.
A CDU continuará a intervir sob o lema Trabalho, Honestidade e Competência, pelo seu projecto bem distinto do das restantes forças políticas, na valorização dos serviços públicos, na defesa do Poder Local, na dignificação dos trabalhadores, na defesa das Micro Pequenas e Médias Empresas, defendendo a cultura enquanto direito, a água pública, o transporte público, a mobilidade e o planeamento urbanístico não sujeito aos grandes interesses económicos e financeiros, criando condições para se viver melhor no Distrito,
A DORC do PCP reitera ainda que os eleitos da CDU exercerão os cargos públicos norteados pela recusa de benefícios pessoais, seguindo o princípio de não serem prejudicados nem beneficiados no exercício dos seus mandatos, o que é parte integrante da forma distintiva como o projecto autárquico da CDU vê e defende o Poder Local Democrático, conquista de Abril.
A DORC do PCP continuará a intervir com determinação e confiança na luta pela resolução dos problemas das populações, nomeadamente dando expressão à Acção Nacional decidida pelo Comité Central, «Outro rumo para o País! Rejeitar o Pacote Laboral, a exploração e as injustiças». Uma acção junto dos trabalhadores e das populações, dinamizando acções de contacto, esclarecimento e agitação, uma acção a desenvolver até início de Dezembro.
Coimbra, 16 de Outubro de 2025
A DORC do PCP