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20200609 cordão humano hospital dos covões

SAÚDE A passagem da Urgência a serviço básico, anunciada para 1 de Julho, é mais um passo no rumo de desqualificação e desmantelamento iniciado em 2011 e cujo avanço só a luta tem retardado.

 O «cordão solidário pelo Hospital dos Covões», no dia 9 de Junho, teve a adesão de cerca de duas mil pessoas, dando conta de que estas se colocaram, com cartazes e faixas e gritando palavras de ordem (destacando «O povo unido jamais será vencido»), ao longo de 300 metros, nas duas bermas da via principal de acesso àquela importante unidade de saúde de Coimbra, na freguesia de São Martinho do Bispo.

A despromoção para SUB (serviço de urgência básico), comunicada recentemente pela administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, «confirma o que há anos os profissionais e os sindicatos vêm afirmando, quanto ao desmantelamento, à desqualificação e diminuição da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde» e «só pode ter como consequência a drástica diminuição da capacidade assistencial no SNS, com o desmantelamento de uma estrutura a todos os títulos válida, sem que se tenha demonstrado que é dispensável».

Esta posição foi subscrita conjuntamente pela União dos Sindicatos de Coimbra (CGTP-IN), o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro, o Sindicato dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, o Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Actividades Diversas e o Sindicato da Hotelaria do Centro, que no dia 8 reafirmaram, em nota à comunicação social, o apelo à participação no «cordão solidário».

Para hoje, dia 18, pelas 17 horas, na Praça da República, em Coimbra, o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos anunciou uma acção sob a consigna «Defesa do SNS – Valorização do Hospital dos Covões, Valorização dos Cuidados de Saúde Primários, Continuados e Paliativos». O MUSP adiantou que a concentração, cumprindo normas de distanciamento físico, terá um momento de tribuna pública, «com microfone aberto aos representantes das Comissões de Utentes da saúde e aos sindicatos do sector».

Apelando «à união e luta de todos os cidadãos», o MUSP salientou que o Hospital dos Covões «é uma unidade de importância regional, confirmada pelo papel que teve no combate à epidemia de COVID-19», e defendeu que «é imperioso restituir a autonomia a este hospital, assim com às unidade hospitalares abrangidas pela fusão no CHUC».

PCP presente e consequente

O PCP esteve presente no dia 9, «mais uma vez, a apoiar a luta contra a descaracterização do Hospital dos Covões, que se iniciou com uma fusão muito penalizadora para os oito hospitais da cidade e que teve como reflexo o esvaziamento de um hospital central que dava uma resposta muito importante em toda a Região Centro», comentou Vladimiro Vale, da Comissão Política do CC do PCP.

Num breve depoimento, no local do protesto, salientou que «a mobilização é muito importante para rejeitar um processo que visa desvalorizar o SNS em Coimbra e na região, para abrir caminho aos hospitais privados». Recordou que foi desta forma que se tornou possível impedir parcialmente uma anterior tentativa de encerramento da Urgência.

«O PCP e a CDU têm defendido a manutenção do Hospital dos Covões, para que aqui possa ser instalada a Maternidade de Coimbra», lembrou, por sua vez, Francisco Queirós, vereador do PCP na CM Coimbra. «Desde a fusão dos dois hospitais centrais de Coimbra, em Março de 2011, o Hospital dos Covões tem vindo a sofrer reveses atrás de reveses», mas «para a população da região é fundamental que haja um hospital central neste lado da cidade, ou seja, que se desfaça a fusão de 2011, contra a qual aqui estivemos, em 2012, numa acção semelhante a esta, tal como noutros momentos, contra este enorme ataque ao Serviço Nacional de Saúde, que tem vindo a favorecer os privados».

Na véspera do protesto, a CDU reafirmou as suas posições na reunião da Assembleia Intermunicipal da Região de Coimbra, exigindo «revitalizar o Hospital dos Covões, travar imediatamente o desmantelamento de serviços e reverter o processo de fusão do CHUC». «Como é que se pode ter tanto ódio a um equipamento que tão bem nos vem fazendo», interrogou Manuel Pires da Rocha, um dos dois eleitos da CDU naquele órgão.

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