Imprimir
Uma delegação do PCP reuniu hoje com o Reitor da Universidade de Coimbra, professor Amílcar Falcão. Na reunião foram abordadas as preocupações partilhadas relativamente ao subfinancimento crónico das Instituições de Ensino Superior, que resulta em inúmeros constrangimentos para trabalhadores e estudantes, e está a sofrer um agravamento com o aumento do custo de vida. Só com a perspectiva de aumento do custo de energia a UC poderá ver a sua factura aumentar de 3 milhões para 8 milhões de euros por ano.

A perspectiva de outro corte em sede de Orçamento do Estado para 2023, coloca graves entraves à subsistência da Universidade de Coimbra, que ainda assim continua a apresentar resultados positivos no que diz respeito à investigação e docência, fruto do trabalho dos seus investigadores e docentes em condições muitas vezes precárias. Neste momento as verbas do Orçamento do Estado apenas cobrem cerca de 80% dos salários dos trabalhadores da UC, ficando de fora todas as outras despesas associadas ao funcionamento desta IES, recaindo muitas vezes o ónus sobre estudantes e famílias.

A necessidade de revisão do RJIES (cuja concretização está atrasada vários anos, de acordo com a lei), bem como a necessidade de alterações de fundo no Ensino Superior, principalmente no que diz respeito ao seu financiamento foram pontos fulcrais, tendo também sido discutido o emprego científico e a falta de verbas para o potenciamento do Sistema Científico e Técnico Nacional.

Foi também discutida a questão da acção social, com o imperativo da construção de mais residências em curso, com destaque para a questão das cantinas e da importância dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra (SASUC) se manterem na esfera pública, e da necessidade de conseguirem dar resposta às necessidades dos estudantes, adaptando-se e aumentando a sua capacidade sempre que necessário.

O regulamento de prestação de serviço docente foi também debatido, tendo sido garantido que deste não resultaria a sobrecarga lectiva dos docentes, situação que o PCP continuará a acompanhar e a intervir sempre que necessário. O regulamento que seguirá para debate não poderá contribuir para potenciar a precariedade já instalada um pouco por todas as instituições de ensino superior. Ao invés disso, deveria ser um elemento de valorização dos trabalhadores, e por conseguinte de valorização da própria Universidade de Coimbra.

O PCP continuará a bater-se por um Ensino Superior Público, universal, gratuito e de qualidade, e em defesa do Sistema Científico e Tecnológica Nacional. Esta luta passa também pela defesa da Universidade de Coimbra como instituição de referência e na defesa dos seus trabalhadores e estudantes.

 

universidade de coimbra