Imprimir

20240126 intervenção jantar regional cdu fernando teixeira

A CDU realizou um Jantar Regional com a participação de Paulo Raimundo. Para além do Secretário Geral do PCP, Intervieram no Jantar Mário Nogueira, Mandatário Regional, Miguel Martins, do PEV, e Fernando Teixeira, primeiro candidato da CDU por Coimbra. 

Intervenção de Fernando Teixeira, primeiro candidato da CDU por Coimbra:

Camaradas e amigos,

Uma primeira palavra para saudar todos os que contribuíram com o seu tempo e disponibilidade para a construção deste grande jantar da CDU. Daqui saudamos os companheiros do Partido Ecologista “Os Verdes”, mas também os muitos que, sem qualquer filiação partidária, aqui estão hoje, nesta larga demonstração de apoio à CDU. Esta coligação é um espaço de convergência entre aqueles que, tendo em vista a construção de uma região melhor e de um país mais justo, unem forças e vontades com o objectivo de apresentar soluções concretas para a resolução dos problemas do povo e do país. Daqui afirmamos que contamos com todos para travar esta luta por melhores condições de vida para os trabalhadores, mas também para os reformados e pensionistas, para os pequenos e médios empresários, para todos os que aqui vivem e trabalham independentemente da sua proveniência ou credo.

Esta é uma luta que travamos todos os dias, mas que precisamos agora de transformar em votos para que também na Assembleia da República sejam os problemas e dificuldades do povo bem como a sua resolução o centro da acção dos deputados. E isso só será possível com mais votos na CDU e mais deputados da CDU. Sabemos que cada deputado eleito da CDU na Assembleia da República é uma pedra na engrenagem do capital e também por isso nos organizamos, dinamizamos e mobilizamos, para que o poder político não seja o capataz do poder económico.

Apresentamo-nos a estas eleições com a garantia de que as gentes de Coimbra não nos conhecem de agora. A lista que apresentamos ao círculo eleitoral de Coimbra é composta por homens e mulheres das mais variadas áreas profissionais e de intervenção pública, com reconhecida intervenção na vida da região. É de facto, a única lista que verdadeiramente representa a sociedade, uma lista diversa em que o povo e os trabalhadores de Coimbra têm lugar, não está ao serviço do poder económico, não está comprometida com coisa nenhuma para além do forte compromisso que assumimos na defesa e luta pelos direitos da juventude, dos trabalhadores e do povo.

Temo-lo dito e reafirmamos: estivemos e continuamos a estar ao lado das lutas dos trabalhadores: nos piquetes de greve da ERSUC em Coimbra, por melhores salários, pelo direito à contratação colectiva, pela aplicação do subsídio de risco extraordinário, ou nas greves dos SMTUC a exigir melhores condições de trabalho. Mas também no piquete de greve dos trabalhadores da Dan Cake em Coimbra, ou da Cofisa, na Figueira da Foz. Em Vila Nova de Poiares junto dos trabalhadores da Nutriva e da Ansell, em Mira da Maçarico, em Condeixa no piquete de greve dos trabalhadores da Dominó, em Tábua na Aquinos, na Azuribérica, em Oliveira do Hospital, mas também frente aos balcões da Caixa Geral de Depósitos que encerraram na região onde lutámos junto das populações pela defesa desse serviço público. Estivemos também com os trabalhadores dos Hospitais por toda a região, em Coimbra, na Figueira e Cantanhede. Também frente às grandes superfícies comerciais onde nos juntamos à população na reivindicação de preços justos e melhores salários e junto dos trabalhadores da cultura, na sua luta contra a precariedade e valorização profissional. Estivemos e continuamos a estar junto dos professores e das suas justas reivindicações de contagem integral do seu tempo de serviço e melhoria das suas condições de trabalho.

Não chegamos agora, em período de campanha eleitoral, para prometer aquilo que não fizemos durante décadas. Aquilo que dizemos aos trabalhadores, frente aos seus locais de trabalho é exactamente o mesmo que dizemos na Assembleia da República. Connosco só há uma cara, nem todos poderão dizer o mesmo.

Quais foram as propostas para a região, apresentadas pelos deputados do PS e do PSD eleitos por Coimbra? Qual foi a sua intervenção para procurar resolver os problemas do distrito em matéria de transportes e mobilidade, de saúde, de educação, de salários e da habitação? Não lhes conhecemos nenhuma.

Pelo contrário e mesmo sem um deputado eleito por Coimbra, a CDU apresentou várias propostas que, tivessem sido aprovadas, poderiam resolver muitos problemas da região. Essas propostas são também as nossas reivindicações e iremos bater-nos por elas.

Não se defende os transportes públicos encerrando linhas de comboio e por isso propomos a reposição, modernização e electrificação do Ramal da Lousã, mas também da reposição dos Ramais da Pampilhosa e de Alfarelos. Não contem com a CDU para o encerramento troço ferroviário entre Coimbra B e a Estação Nova. O encerramento da Estação Nova é um crime económico e ambiental e a CDU, mesmo que isolada enquanto força política, opõe-se firmemente ao seu encerramento e a população pode contar connosco para esta luta.

É necessário investir nos SMTUC por via do orçamento de estado, modernizar a frota, dar condições de trabalho e perspectivas de carreira aos seus motoristas e trabalhadores. É urgente reforçar a oferta de transportes públicos por todo o distrito, em Oliveira do hospital, Figueira da Foz, em Condeixa e na Lousã. Queremos a conclusão da obra hidroagrícola do mondego, a defesa dos baldios e da agricultura familiar e a valorização da produção nacional.

Somos uma força que conta para a denúncia dos focos de poluição e do abate indiscriminado de árvores no distrito, mas também na defesa da orla costeira da Figueira da Foz, no reforço de meios para canis e gatis. Batemo-nos pela reabilitação da Escola Secundária José Falcão e de muitas outras escolas do distrito, pelo respeito pelos professores, educadores e todos os trabalhadores da educação. Continuamos a lutar por 1% para a cultura, por mais trabalhadores nos museus e mais apoios à criação artística.

Camaradas,

A maioria absoluta do Partido Socialista não foi útil para resolver os problemas do SNS, da Habitação e dos Salários e não será útil o voto no mesmo Partido Socialista que apesar de ter tido todos os instrumentos na sua mão, optou por não resolver os grandes problemas do país.

É preciso salvar o SNS. Em Oliveira do Hospital são mais de 7000 pessoas sem acesso a médico de família ou enfermeiro de familia e por todo o distrito adensam-se as carências da população. Após a megafusão dos Centros Hospitalares de Coimbra, o governo decidiu agregar o CHUC ao Hospital de Cantanhede, ao Rovisco Pais e a 26 Centros de saúde de 21 concelhos de 2 Comunidades Intermunicipais. A ULS Coimbra abrangerá mais de 350.000 habitantes, mais de 10.000 trabalhadores e uma área de mais de 7.000 Km quadrados onde apenas estará em funcionamento um serviço de urgência. A nível distrital a outra ULS abrangerá os concelhos da Figueira da Foz, de Montemor-o-Velho e de Soure , não resolvendo os problemas centrais do SNS – a falta de investimento e de falta de recursos humanos – que estão na origem de muitos problemas nas unidades de saúde da região; Sabemos que estas opções não são inocentes e que têm sido muitos os esforços para beneficiar o negócio da doença. No ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril temos a oportunidade de dar o voto a quem defende o SNS como uma das maiores conquistas de Abril e assume o compromisso de o dotar de meios e condições aos seus profissionais para que a saúde não se transforme num produto de compra e venda apenas acessível aos mais abastados.

Camaradas,

Por todo o país e também no distrito adensam-se os problemas com a habitação. O valor das rendas na cidade de Coimbra, mas também na Figueira da Foz e Cantanhede atingem níveis obscenos e é cada vez mais difícil encontrar uma casa para morar. O PCP propôs um travão ao aumento das rendas, mas foi recusado pelos mesmos de sempre. É necessário tabelar o preço das rendas, colocar os lucros da banca a pagar os encargos resultantes da subida das taxas de juro, é preciso parar com a especulação. A habitação é um direito constitucional e não pode ser letra morta nas nossas vidas. Temos direito a viver com dignidade em casas com condições e a preços justos. É isso mesmo que vamos afirmar amanhã, no Largo da Portagem às 10 da manhã, onde movimentos pela habitação vão protestar pelo direito a casas para viver.

A juntar a todos estes problemas, aí está o continuado aumento do custo de vida. Sob o pretexto da guerra e da situação internacional, os grandes grupos económicos apressaram-se a aumentar as suas margens de lucro: O capital manda e os governos obedecem. Ao longo destes últimos anos de pesada inflação que aperta ainda mais o cinto de quem trabalha e vive do seu salário, o governo foi incapaz de tomar medidas para controlar e fixar os preços máximos dos bens alimentares deixando intocados os lucros obscenos da grande distribuição.

Camaradas,

Colocamos a subida geral dos salários como uma emergência nacional porque para além de justa ela é essencial para garantir as condições mínimas de dignidade de quem trabalha.

É com estas propostas que vamos à conversa com as pessoas, é através da resolução dos problemas concretos de cada um que construímos o caminho necessário para a resolução dos problemas de todos.

É notório o entusiasmo com que vamos para as ruas e isto porque não nos sentimos fora de pé, porque é junto das populações que se determina o futuro que queremos para a região e para o país.

Todos os que aqui estamos, somos parte de uma força imensa e indestrutível a quem agora se pede que assumamos esta tarefa: a mobilização para o voto na CDU porque é possível a eleição de um deputado da CDU em Coimbra porque também é possível viver melhor em Coimbra, é possível uma região mais desenvolvida e é possível um país melhor.

Não estamos condenados a viver com medo do final do mês nem ao sobressalto da conta do supermercado. Não estamos condenados ao conformismo e à resignação nem tão pouco estamos condenados aos ditames do grande capital.

Somos, de facto, a força da esperança, aquela força de quem se dirige a quem fala não para criar medos ou ódios, mas para mostrar soluções e um projecto para uma vida melhor.

Por isso, camaradas, é com determinação que encaramos estas eleições, a determinação de que cada um de nós vai falar com mais pessoas, vai trazer mais amigos, vai convencer os colegas do trabalho, o motorista do autocarro, o senhor da mercearia e todos aqueles que conseguirmos falar até 10 de Março, de que o voto útil é na CDU porque é útil para as nossas vidas. Vamos ao trabalho camaradas!

Viva a CDU!